terça-feira, 26 de julho de 2011

O porteiro

O Porteiro
Não havia no povoado pior ofício do
que 'porteiro do prostíbulo'.
Mas que outra coisa poderia fazer
aquele homem?
O fato é que nunca tinha aprendido
 a ler nem escrever, não tinha nenhuma
outra atividade ou ofício.
Um dia, entrou como gerente do puteiro
 um jovem cheio de ideias,  criativo e empreendedor, que decidiu modernizar o estabelecimento.
Fez mudanças e chamou os funcionários
 para as novas instruções.
Ao porteiro disse:
- A partir de hoje, o senhor, além de ficar
na portaria, vai preparar um relatório
semanal onde registrará a quantidade de
 pessoas que entram e seus comentários e reclamações sobre os serviços.
- Eu adoraria fazer isso, senhor. -
 Balbuciou - Mas eu não sei ler nem
escrever!
- Ah! Quanto eu sinto! Mas se é assim,
 já não poderá seguir trabalhando aqui.
- Mas senhor, não pode me despedir,
 eu trabalhei nisto a minha vida  inteira,
 não sei fazer outra coisa. - Olhe, eu compreendo, mas não posso fazer nada
 pelo senhor. Vamos dar-lhe uma boa indenização e espero que encontre algo
que fazer. Eu sinto muito e que tenha
 sorte.
Sem mais nem menos, deu meia volta
 e foi embora. O porteiro sentiu como
se o mundo desmoronasse. Que fazer?
Lembrou que no prostíbulo, quando
 quebrava alguma cadeira ou mesa, ele a arrumava, com cuidado e carinho.
Pensou que esta poderia ser uma boa
 ocupação até conseguir um emprego.
Mas só contava com alguns pregos
 enferrujados e um alicate mal conservado.
Usaria o dinheiro da indenização para
comprar uma caixa de ferramentas
completa.
Como o povoado não tinha casa de
ferragens, deveria viajar dois dias em
 uma mula para ir ao povoado mais
 próximo para realizar a compra.
E assim o fez.
No seu regresso, um vizinho bateu à
sua porta:
- Venho perguntar se você tem um
 martelo para me emprestar.
- Sim, acabo de comprá-lo, mas eu
preciso dele para trabalhar ... já que.. 
 - Bom, mas eu o devolverei amanhã
 bem cedo.
 - Se é assim, está bom.
Na manhã seguinte, como havia prometido,
 o vizinho bateu à porta e disse:
- Olha, eu ainda preciso do martelo.
Porque você não o vende para mim?
- Não, eu preciso dele para trabalhar e
 além do mais, a casa de ferragens
mais próxima está a dois dias de viagem
 sobre a mula.
- Façamos um trato - disse o vizinho.
Eu pagarei os dias de ida e volta  mais
o preço do martelo, já que você está
sem trabalho no momento. Que
lhe parece?
Realmente, isto lhe daria trabalho por
mais dois dias.... aceitou.
Voltou a montar na sua mula e viajou.
No seu regresso, outro vizinho o
 esperava na porta de sua casa.
- Olá, vizinho. Você vendeu um martelo
a nosso amigo.
Eu necessito de algumas ferramentas,
 estou disposto a pagar-lhe seus dias de viagem,  mais um pequeno lucro para
que você as compre para mim, pois não disponho de tempo para viajar
 para fazer compras.
Que lhe parece?
O ex-porteiro abriu sua caixa de
ferramentas e seu vizinho escolheu
um alicate, uma chave de fenda, um
martelo e uma talhadeira. Pagou e
foi embora.   E nosso amigo guardou
 as palavras que escutara: 'não disponho
 de tempo para viajar para fazer compras'.
Se isto fosse certo, muita gente poderia
 necessitar que ele viajasse para trazer as ferramentas.
Na viagem seguinte, arriscou um pouco
 mais de dinheiro trazendo mais
ferramentas do que as que havia vendido.
De fato, poderia economizar algum tempo
 em viagens.
A notícia começou a  se espalhar pelo
povoado e muitos, querendo economizar
 a viagem, faziam  encomendas.
Agora, como vendedor de ferramentas,
uma vez por semana viajava e trazia o
 que precisavam seus clientes.
Com o tempo, alugou um galpão para
 estocar as ferramentas e alguns meses
depois,  comprou uma vitrine e um
 balcão e transformou o galpão na
primeira  loja de ferragens do povoado.
Todos estavam contentes e compravam
 dele.
Já não viajava, os fabricantes  lhe enviavam
seus pedidos.
Ele era um bom cliente.
Com o tempo, as pessoas dos povoados
vizinhos preferiam comprar na sua loja de ferragens, a ter de gastar dias em viagens.
Um dia ele lembrou de um amigo seu que
 era torneiro e ferreiro e pensou que este
poderia fabricar as cabeças dos martelos.
E logo, por que não, as chaves de fendas,
 os alicates, as talhadeiras, etc ...
E após foram os pregos e os parafusos...
Em poucos anos, nosso amigo se
 transformou, com seu trabalho, em
 um rico e próspero fabricante de
 ferramentas.
Um dia decidiu doar uma escola ao
povoado.
Nela, além de ler e escrever,  as
crianças aprenderiam algum ofício.
No dia da inauguração da escola, o
prefeito lhe entregou as chaves da cidade,
o abraçou e lhe disse: - É com grande
orgulho e gratidão que lhe pedimos que
nos conceda a honra de colocar a sua
 assinatura na primeira página do livro
de atas desta nova escola.
- A honra seria minha - disse o homem.
 Seria a coisa que mais me daria prazer,
assinar o livro, mas eu não sei ler nem
escrever, sou  analfabeto.
- O Senhor?!?! - Disse o prefeito sem
 acreditar.
O senhor construiu um  império industrial
 sem saber ler nem escrever? Estou abismado.  Eu pergunto:
- O que teria sido do senhor se soubesse
ler e escrever?
- Isso eu posso responder. - Disse o
homem com calma.
Se eu soubesse ler e escrever... ainda
 seria o
PORTEIRO DO PUTEIRO!!!

Geralmente as mudanças são vistas

como adversidades.
 

As adversidades podem  ser

bênçãos.

As crises estão cheias de

 oportunidades.

Se alguém lhe bloquear a porta,

não gaste energia com o confronto,

procure as janelas.

Lembre-se da sabedoria da água:

'A água nunca discute com seus

 obstáculos, mas os contorna'.

Que a sua vida seja cheia de vitórias,

não importa se são grandes ou pequenas,

o importante é comemorar cada uma delas.

Quando você quiser saber o seu valor, procure pessoas capazes de entender seus medos e fracassos e,

acima de tudo, reconhecer suas virtudes.

 

Isso realmente é verídico, contado por um grande industrial .....

 

Benedito Germano Neponuceno
Telefone: (61) 8485-1510


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Os comentários são moderados para evitar o mau uso desta ferramenta.